Um Abismo

segunda-feira, novembro 26, 2007

INSÓNIA

meto-me na madrugada a cantar
a gritar ______ a ladrar o teu nome
e danço para que nesta ficção de véus
me sintas subir ao teu mais alto
ramo e em mim encontres as pétalas
deslocadas no ardente e ingénuo
desejo de um beijo

domingo, novembro 25, 2007

NOITE MAIS ESCURA

cheira a chuva no sobrado restaurado
deste quarto e é nele que estendo
as folhas da língua
à procura do teu corpo

esta é a casa da infância:
há um bolor onde abro
as gavetas da saudade
e delas saem as facas
desta inocente vontade de te amar
em colchões de pó

a verdadeira terra era a da tua
casa de campo

sábado, novembro 24, 2007

BOTÃNICA

cresço a erva que sou
rente ao teu caule

sexta-feira, novembro 23, 2007

VESTIDO NEGRO

visto-me com as cores
das capas dos teus livros
e ninguém percebe que amo
a verve nos teus poemas

talvez venhas e tires
aquele que me esconde o coração