Um Abismo

quinta-feira, julho 06, 2006

Aqui não há papel

I
aqui não há papel
escrevo o poema nas linhas
do corpo

II
descolo-me pelos joelhos
e deixo entrar o teu

coração

III
os meus braços à volta do teu pescoço
os teus teus lábios nus meus cabelos

a cama é excessiva
para sermos só um

IV
a idade ilumina
tira-me véus
eleva-me os seios
- declives nocturnos
sob a claridade dos teus dedos

dou-me às mãos
renascentes

1 Comments:

  • At 9:25 da manhã, Blogger Sophie said…

    Obrigada pela visita, gostei de a ler!
    Tem razão, o sentido altera-se por completo.
    Beijinhos,
    Sophie

     

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