Um Abismo

domingo, fevereiro 24, 2008

DEITAR-ME NESTE VENDAVAL

- esta noite quero o caos, não esta língua
que me dá a volta à cintura, nem esses teus olhos
de barro que tentam, tão vorazes, que eu não sinta
medo do mundo
- mas perdes lágrimas? deitas às feras a força que
te dou?
- não te preocupes. quando o sol começar a furar
as paredes do quarto, já estarei aberta: feliz nos teus ramos
frondosos e terei a pele orvalhada, os cabelos enlaçados
nas tuas folhas frescas
- estaremos exaustos de chover um no outro e
o teu medo não passará de mais uma das estações
em que nos aguardamos

4 Comments:

  • At 10:15 da manhã, Blogger nuno said…

    sou eu que me deito neste vendaval.

    assim,
    não há medo algum nesta estação.

     
  • At 9:29 da tarde, Blogger douglas D. said…

    que bonito! amor que não teme. amor sabe de si as estações.

     
  • At 12:01 da manhã, Blogger isabel mendes ferreira said…

    fico.


    solta.

    por aqui.



    sem querer saber do tempo.



    e

    beijo-te.


    gratíssima. por assim te dares.



    .

     
  • At 2:11 da manhã, Anonymous Anónimo said…

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