Um Abismo

domingo, novembro 25, 2007

NOITE MAIS ESCURA

cheira a chuva no sobrado restaurado
deste quarto e é nele que estendo
as folhas da língua
à procura do teu corpo

esta é a casa da infância:
há um bolor onde abro
as gavetas da saudade
e delas saem as facas
desta inocente vontade de te amar
em colchões de pó

a verdadeira terra era a da tua
casa de campo

6 Comments:

  • At 10:02 da manhã, Blogger pasta7 said…

    poeta! que poder! muitos parabéns! ainda não foste convidada para publicar um livro? bem merecias. abraço.

     
  • At 10:33 da manhã, Blogger firmina12 said…

    já publiquei, mas estas coisas não se dizem aqui que fica feio e parece promoção

     
  • At 6:15 da manhã, Blogger RC said…

    Brilhante.

     
  • At 1:40 da manhã, Blogger un dress said…

    a verdadeira terra:

    o sabor castanho a promessas.




    ~

     
  • At 1:37 da manhã, Blogger musalia said…

    é essa atitude que faz a diferença, luísa! e que muito admiro: a boa escrita não necessita de promoção para ser aceite ;)

    abraço.

     
  • At 4:32 da manhã, Blogger Olguinha said…

    Luisa, descobri o teu blog!! lol
    Amei este poema! lindo, lindo!

     

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