Um Abismo

segunda-feira, julho 24, 2006

Carne volátil

amo a tempestade que provocas as lágrimas
que acendes esta fúria
esta corrida picada
este ninho aberto
estas veias ao vento
este caminho de toupeira amo
amo o suor do pensamento
a raiva com que aceito o beijo
a lisura dos cabelos depois
das tuas mãos e amo
amo amo outra vez a cirurgia
dos teus dedos na minha carne
volátil

o que tu abres fecha-me do mundo

2 Comments:

  • At 4:04 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    "O meu caminho é o meu ninho.
    Durmo nas paredes mais largas, cubro-me
    de folhas que sobraram à última estação, sento-me
    em sobras de troncos, respiro
    a aragem deixada pelo voo dos pássaros
    e vivo.

    Estou só e ferida.

    Os gatos arranharam-me numa brincadeira
    perigosa, os pássaros debicaram-me aflitos
    e tu não apareceste
    para me salvar
    da intensa exposição solar."

    Obrigado, Luísa.

     
  • At 1:58 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Sim. Daí o obrigado.
    abraço

     

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