ARDE OUTRA ÁRVORE
- vês? comecei a sentir uma espécie de fogo pegar-me a ponta da saia
e depois a navalha da saudade entre os seios; as tuas mãos a virem
plumas plumas, a lareira ateada, os teus dedos plumas de música, e num pânico,
sabes aquele medo de tecido queimado?,- arranquei tudo até ao lençol
onde se deitavam aquelas papoilas. e agora, aguardo-te
- sabes que sou um fruto que só se deixa cair no tempo certo
- o que é o tempo certo?
- é assim: agarro-te e é porque tenho medo que morras
antes de mim, antes da explosão da minha carne quando chega
à tua, para juntos afagarmos a terra
- e esta nudez sem papoilas, este outono? lança-me o teu sol e canta
e depois a navalha da saudade entre os seios; as tuas mãos a virem
plumas plumas, a lareira ateada, os teus dedos plumas de música, e num pânico,
sabes aquele medo de tecido queimado?,- arranquei tudo até ao lençol
onde se deitavam aquelas papoilas. e agora, aguardo-te
- sabes que sou um fruto que só se deixa cair no tempo certo
- o que é o tempo certo?
- é assim: agarro-te e é porque tenho medo que morras
antes de mim, antes da explosão da minha carne quando chega
à tua, para juntos afagarmos a terra
- e esta nudez sem papoilas, este outono? lança-me o teu sol e canta
8 Comments:
At 12:37 da tarde,
Anónimo said…
no outono, as cores vibram e ardem, como a carne e o amor quando ambos marcam encontro. gostei muito.
At 2:16 da tarde,
hora tardia said…
venho. na antecipação do vento quente.
feliz de te re.ver.
a escrever. assim.
____________________.
deixo um ramo de beijos.
(piano)
At 1:09 da tarde,
adouro-te said…
Tão sensualmente belo!
Um abismo de prazer...
At 6:13 da tarde,
nuno said…
a minha casa, firmina, há muito que está aberta.
At 6:55 da manhã,
Paulo Chagas said…
boa, Luísa!
em grande forma, como sempre ;-)
At 3:50 da tarde,
adouro-te said…
Tão carnal, Luísa, tão!
a navalha da saudade entre os seios... Onde mais?
Beijo dialogado.
At 3:37 da tarde,
r.e. said…
mesmo que não pareça, na minha última oração ando por lugares de imagens próximas das tuas. beijinho, luísa. J.
At 5:17 da manhã,
Biblioteca Rodrigues de Freitas said…
Gostei muito deste texto.
Os meus parabêns
Um abraço
Morgana
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